À procura do “huzun” turco
- mundos ilustrados
- 8 de jan. de 2018
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A verdadeira essência de viajar assenta, não só na forma como percepcionamos os costumes e as tradições de um local, mas acima de tudo, como chegamos a conhecer as suas gentes e como nos identificamos com as mesmas. Na Turquia, mais especificamente em Istambul, não é difícil identificarmo-nos com a alma deste povo que tem a melancolia no seu ser, tão próxima do sentimento saudade.
Orhan Pamuk, Nobel da Literatura turco, revela nos seus livros, principalmente, no livro "Istambul", o huzun turco. Palavra de difícil tradução, o huzun remete para um sentimento de melancolia e de nostalgia ou até mesmo de tristeza. Para este escritor, mais do que um sentimento individual, o huzun caracteriza-se pela sua manifestação colectiva, uma emoção partilhada por uma comunidade, por uma cidade.
Istambul é um convite à descoberta e ao registo das manifestações diárias do huzun e dos protagonistas deste sentimento tão próprio: os pescadores da Ponte de Gálata, a travessia do Bósforo, as gaivotas que acompanham os vapur, a espera silenciosa pelos transportes, as multidões apressadas, a leitura de um jornal, ou um simples rendilhar de uma guitarra.









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