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Lazarim, o entrudo mais genuíno de Portugal

  • Foto do escritor: mundos ilustrados
    mundos ilustrados
  • 11 de fev. de 2018
  • 2 min de leitura


A pequena vila de Lazarim, a 13 km de Lamego, desde o Domingo de Carnaval até à Terça-feira Gorda, apresenta um conjunto de rituais e atividades tradicionais que lhe conferem o título do Entrudo mais genuíno de Portugal.


Os Caretos de Lazarim, os mais importantes protagonistas desta festa, saem às ruas para desfilar com as suas famosas máscaras de madeira esculpidas em madeira de amieiro, com os seus fatos de palha, de tecidos ou peles de animais.

Sulcadas por artesãos da localidade, arte que passa de geração em geração, estas máscaras de madeira crua e sem pinturas, representam figuras de traça zoomórfica e demoníaca. E há mesmo quem diga que só em Lazarim o Diabo é bonito. Mas acima de tudo, é um trabalho de preservação da memória e da cultura de um povo.


Tradicionais, simbólicas, únicas, e esculpidas à mão de forma livre, ganham mais valor quando saem no cortejo, usadas pelos foliões, na forma de Caretos. Com bastante malícia, estes saltam, urram e convidam todas as pessoas a participar nas suas brincadeiras improvisadas e inofensivas.

No Domingo de Carnaval, o Cortejo sai à rua com a participação de vários grupos de caretos e de máscara ibérica convidados, tanto portugueses como espanhóis, acompanhados pelos sons tradicionais dos bombos. Este ano contou com a presença dos Caretos de Grijó e dos Caretos de Salsas, ambos da região de Bragança. No entanto, é na Terça-Feira Gorda, o dia mais importante do entrudo, que os rituais e as tradições atingem o seu auge.

Os testemunhos da “comadre” e do “compadre”, são lidos em praça pública por dois solteiros da terra. Diz a tradição que apenas os solteiros podem participar nesta brincadeira de Carnaval, onde quadras maliciosas e satíricas revelam os vícios dos habitantes mais jovens da vila. Dois bonecos, que representam as personagens dos compadres, são queimados no final do cortejo de Carnaval, no largo onde se situa o Centro Interpretativo da Máscara Ibérica.

Inaugurado em 2016, o CIMI pretende manter vivos e valorizar os rituais ligados à máscara ibérica, presentes em muitas zonas de Portugal e Espanha, através de exposições diversas sobre os trajes e as máscaras. Durante estes dias de Carnaval é possível visitar gratuitamente este espaço dedicado à investigação e divulgação destas manifestações seculares, em que a máscara ibérica assume o papel principal. Também é neste espaço, que durante o Carnaval é possível assistir a alguns artesãos a desenhar e a esculpir uma simbólica máscara de Lazarim.


Pelas ruas de Lazarim, enquanto decorrem os rituais deste entrudo, panelas de ferro preparam, em fogueiras, a feijoada e o caldo de farinha, para aquecer os mais friorentos. No meio das ruas encontram-se também bancas a vender os produtos e artesanato da região, onde algumas máscaras de Lazarim se encontram expostas.


Para saborear os famosos produtos regionais e a rica gastronomia, bem como para preparar os corpos para a folia do Entrudo, a escola primária da vila transforma-se numa espécie de cantina improvisada e comunitária, onde várias iguarias são servidas, como o Caldo Verde, a Feijoada, o Cabrito à Moda da Anta, Rojões à Lazarim, o Arroz de Salpicão e outros petiscos.

 

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Casal português apaixonado por viagens, sejam elas longínquas e prolongadas ou apenas meras escapadinhas.

Apaixonado também por partilhar as experiências e imagens que essas viagens têm proporcionado.

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